Se você chegou até aqui certamente foi movida por um desejo de que seu bebê durma uma noite inteirinha de sono. Ouso dizer que esse deve ser o sonho de toda mãe e pai, já que ter uma boa noite de sono representa saúde e qualidade de vida.

Existem muitas práticas que colaboram para introduzir hábitos saudáveis de sono que podem ser adotadas desde os primeiros dias de vida. Aqui no blog e nas minhas redes sociais você vai encontrar muitas informações para lhe ajudar nessa missão.

Mas no artigo de hoje quero refletir sobre o fato científico de que os despertares noturnos são esperados em bebês. Em geral, quanto menor um bebê maior a probabilidade dele requisitar cuidados dos pais na madrugada.

Nos primeiros meses as necessidades dos bebês são enormes, enquanto sua capacidade de comunicação é bem restrita – é basicamente chorar!

Vamos pensar em um bebê que dorme profundamente a maior parte do tempo. Algumas de suas necessidades básicas poderiam não ser atendidas. Os bebês recém-nascidos têm estômagos pequenos e o leite materno é digerido rapidamente. Se o estímulo da fome não o acordasse facilmente, não seria bom para sua sobrevivência. Se o nariz do bebê estivesse entupido e ele não conseguisse respirar, ou estivesse com frio ou necessitando de calor e seu estado de sono fosse tão profundo que ele não pudesse comunicar suas necessidades, sua sobrevivência seria comprometida.

O padrão de sono dos bebês é diferente dos adultos: seu ciclo de sono é mais curto, dura de 40 a 60 minutos e a fase de sono ativo (Sono REM), mais conhecida como a fase dos sonhos, é predominante.

Pesquisas sugerem que as frequentes fases do sono REM (ativo) atendem às necessidades fisiológicas e psicológicos dos bebês nos primeiros meses, quando seu bem-estar é mais ameaçado. Ou seja, o sono leve é um fator de proteção para os bebês.

Se analisarmos a espécie humana sob a ótima da evolução das espécies podemos dizer que foram selecionados os indivíduos que tinham o sono mais leve, porque eram os que solicitavam presença e proteção materna sempre que se sentiam ameaçados.

É importante refletirmos sobre isso para que não haja uma cobrança irreal de que bebês pequenos “durmam como anjos” a noite inteira, todos os dias da semana.

Querer que um bebê de 12 semanas durma 12 horas de sono seguidas não é algo natural.

Saber de tudo isso não nos impede de cuidar e priorizar o sono de qualidade dos nossos filhos. É apenas uma forma de encarar a realidade e ajustar nossas expectativas.

Práticas simples podem ajudar a criar hábitos saudáveis de sono em qualquer fase da vida, do recém-nascido à vovó:

– Realizar uma boa higiene do sono (Veja mais neste artigo);

– Ter uma rotina ideal para cada fase, atendendo às necessidades de sono e de organização da vida em família (Veja mais neste artigo);

– Cuidar da alimentação. O sono e a alimentação andam juntos.

– Cuidar do emocional. As horas que antecedem o momento de ir para cama devem ser tranquilas e acolhedoras.

– Ter o olhar atento para todas as situações que podem estar interferindo no sono. Isso significa colocar o sono no lugar de prioridade para toda família.

Para finalizar o tema central deste texto quero dizer que apesar de ser natural bebês acordarem na madrugada, não é normal que isso se estenda por toda infância e que se prolongue tanto a ponto de gerar privação de sono crônica em seus pais.

Um bebê saudável, que tem suas necessidades emocionais e fisiológicas atendidas durante o dia tende a solicitar menos ajuda na madrugada e a voltar a dormir rapidamente quando é atendida.

E, sempre que os pais sentirem que algo parece não estar em equilíbrio e se não conseguem resolver sozinhos é importante buscar informações confiáveis e procurar ajuda profissional se necessário.

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